quarta-feira, 24 de agosto de 2011

A que Cristo seguimos?

Com o alvorecer do século XXI, muitos desafios são impostos a quem quer viver a radicalidade do evangelho.
Nos dias atuais a pressão social mudou totalmente, o que era valor é agora escanteado e o que era contra-valor é exaltado. A sociedade vive uma profunda crise na própria estrutura do sistema, uma crise que na verdade é a junção de várias crises – crise ambiental, financeira, energética, do trabalho, social, humanitária. Tal crise causa feridas profundas  na sociedade que nos levam a pensar que a sociedade não irá mais reerguer-se. Muitos sociólogos apontam essa crise como a maior de todos os tempos. E o que conseguimos ver dela é apenas a sua ponta, como um iceberg que só vemos a ponta, pois a maioria do gelo está escondida debaixo das densas águas do oceano.
Se tal crise não for contida o mundo entrará em um completo caos, pois as bases da sociedade estão sendo minadas;  a má relação com a natureza está atacando as condições fundamentais para a sobrevivência da humanidade; o individualismo é massiçamente propagado fazendo que o homem cada vez mais se fechar em seu mundinho egoísta. O dinheiro foi deusificado e é adorado pela esmagadora maioria da humanidade que vive para ele e por ele.
Muitos outros desastres estão acontecendo ou acontecerão, tanto no campo das consciências e da sociabilidade, como no campo físico e material.
Tendo diante dos olhos todos esses problemas, procuramos soluções. Os ‘’Remendos’’  que o capitalismo está colocando não são eficazes, pois se está colocando remendo novo em roupa velha, o que rasga a roupa mais ainda.  
Como cristãos temos que tomar posturas serias diante do mundo atual, sair de nosso egoísmo e praticar mais o que nos ensinou Jesus, praticar mais o amor que Cristo pregou e viveu. Nos muitas vezes nos esquecemos que somos discípulos de Cristo. Do jovem carpinteiro de Nazaré verdadeiro homem e verdadeiro Deus, que se despojando de sua glória armou sua tenda entre nós, sofrendo o que sofremos, lutando nossas lutas, e sendo causa de salvação para o ser humano.  E salvação integral em todos os campos, Jesus morreu na cruz para que os homens tenham vida e a tenham em abundancia.
Não seguimos a um deus individualista, a um deus que não escuta os clamores dos seus, um deus egoísta, mais seguimos a um Deus Amor. Muitas vezes beijamos sua face e nossos lábios louvam seu nome, enquanto esmagamos seus pés brutalmente, quando nossos braços se cruzam e nossa voz emudece ante o sofrimento do irmão esmagamos os pés do Senhor.
Façamos dentro de nós uma reflexão:
Seguimos a Cristo Jesus, o nazareno, o Filho de Deus, que veio ao mundo para ser causa de libertação para o gênero humano, ou seguimos a um cristo forjado por nosso ser egoísta que está somente em nossos lábios, mais muito distante do nosso coração e das nossas ações, um cristo que serve aos nossos interesses e as nossas vontade?

Wenison Florêncio de Oliveira

Um comentário:

  1. Parabéns pelo artigo, meu caro amigo. De fato, o Evangelho não admite dualidades, mas, integridade, mesmo quando, para isso, decisões radicais e incompreensíveis precisem ser tomadas. Continue escrevendo e nos ajudando a refletir.

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