Preparar a Assembleia Geral marcada para o mês de março
de 2013 e fazer um balanço das atividades realizadas pelos organismos
envolvidos na animação missionária, foram assuntos debatidos em mais uma
reunião ordinária da Equipe Executiva do COMINA, realizada nesta quinta-feira,
29, em Brasília (DF).
“Procuramos reunir todas as forças missionárias para que
realmente a Missão seja uma
realidade conforme é o desejo de todos. Este Conselho é uma bênção, uma força
que faz acontecer a Missão aqui e além-fronteiras”, afirmou Irmã Dirce Gomes,
secretária executiva do organismo.
Sobre a natureza e a finalidade do Conselho, dom Sérgio
Braschi, presidente da Comissão para a Ação Missionária da CNBB recordou que,
“o COMINA é um organismo eclesial vinculado à CNBB formado por representantes
de entidades envolvidas na Ação Missionária no país”. Para uma maior
articulação e coordenação discutiu-se a necessidade de se elaborar as
Diretrizes para a Animação Missionária da Igreja e, a partir disso, revisar o
Regulamento do COMINA. Nesse sentido, na próxima Assembleia Geral, serão
discutidas linhas de ação que farão parte das futuras Diretrizes.
As 58 proposições entregues ao Papa Bento XVI no
encerramento do Sínodo dos Bispos para a Nova Evangelização e transmissão da
Fé, realizado em Roma no mês de outubro, foram objeto de análise no início da
reunião. A reflexão feita pelo padre Paulo Suess, assessor teológico do
Conselho Indigenista Missionário (CIMI), suscitou alguns questionamentos sobre
o trabalho de evangelização hoje.
A situação de violência enfrentada por Povos Indígenas,
em especial o ataque da Polícia Federal contra os Munduruku, no Pará, a luta
pela posse das terras dos Xavantes no Mato Grosso e dos Guarani Kaiowá no Mato
Grosso do Sul, foram recordadas pela Vice-presidente do CIMI, Emília Altini.
“Esses povos e muitos outros, se encontram ameaçados por uma política genocida.
O Projeto de Mineração que ganha força na Câmara e no Senado é outra ameaça”,
completou. Emília entregou cópias do “Manifesto contra os decretos de
Extermínio: Povos Indígenas, aqueles que devem viver” e um DVD com o conteúdo
da Assembleia dos 40 Anos do CIMI.
O Setor Pastoral da Mobilidade Humana acaba de publicar o
livro “Tráfico de Pessoas e Trabalho Escravo” (Edições CNBB). Na reunião, a
obra foi apresentada pela Irmã Rosita Milesi. “O tráfico de pessoas é um crime
que tem várias expressões: o trabalho escravo, o comércio de órgãos, a
exploração sexual de mulheres, crianças e adolescentes e também a adoção, que
apesar da beleza, vem sendo utilizada para encobrir o tráfico de crianças”,
explicou a religiosa. Padre Sidnei Dornelas, assessor da Comissão para a Missão
Continental, indicou outras duas publicações: “Missão Além Fronteiras junto aos
emigrantes brasileiros”, livro organizado pela Pastoral dos Brasileiros no
Exterior (PBE), e “Paróquia Missionária” de autoria do padre José Carlos
Pereira, em parceria com o Centro Cultural Missionário (CCM), entidade que, ao
longo do ano, realiza uma série de cursos voltados para diversos públicos.
O diretor Nacional das Pontifícias Obras Missionárias
(POM), padre Camilo Pauletti, mencionou alguns trabalhos realizados pelas
quatro Obras como, assessorias, programas de formação, publicações e produção
de subsídios, em especial a Campanha Missionária. Na opinião do Secretário da
Obra da Propagação da Fé e Juventude Missionária (JM), padre Marcelo Gualberto
Monteiro, “o estado permanente de Missão não é novidade para as POM, uma vez
que o trabalho abrange todas as idades e setores”: infância, adolescência, juventude,
seminaristas, famílias, idosos e enfermos missionários. Em 2013 acontece no
Brasil o Ano da Infância e Adolescência Missionária (IAM) para marcar os 170
anos de sua fundação. Segundo padre André Luiz de Negreiros, Secretário
Nacional da Obra, estão previstos congressos diocesanos, provinciais e
estaduais, culminando com a realização de um Congresso Continental da IAM em
2014, em Aparecida (SP).
Sobre a Comissão para a Missão na Amazônia, Irmã Irene
Lopes sublinhou a necessidade de se reforçar a formação de lideranças leigas
locais para o trabalho naquela Região. Isso deverá acontecer, segundo ela, em
centros como Manaus, Porto Velho, Belém e no CCM em Brasília. Nos próximos
anos, se pretende retomar o Projeto Igrejas-Irmãs em parceria com a Comissão Missionária
da CNBB. A representante da Conferência dos Religiosos do Brasil (CRB), Irmã
Antônia Mendes expôs os fundamentos e a metodologia do Projeto Missionário que
a CRB, em parceria com a CNBB e a Caritas Nacional, mantém no Haiti, com sete
religiosos. “O trabalho contempla a formação humana, ação social como geração
de renda, economia solidária, e saúde integral, Pastoral da Criança e formação
do clero e da Vida Religiosa”, relatou.
A próxima reunião do COMINA ficou agendada para o dia 07
de fevereiro de 2013 quando serão finalizados os preparativos da Assembleia que
acontece nos dias 01 a 03 de março, em Brasília (DF).