Neste domingo,
13, o Papa Bento XVI visita o Santuário franciscano de Alverne, que fica em meio às
montanhas da província de Arezzo, na Itália.
Este lugar era um dos preferidos de São Francisco
para retiro e oração e foi ali que, no verão de 1224, ele recebeu os estigmas,
dom doloroso, sinal da Paixão de Cristo.
Bento XVI já esteve neste santuário quando ainda
era cardeal, no dia 17 de setembro de 1988, durante a festa dos estigmas. “A
história de São Francisco é a história de um grande amor que o levou até a
identificação corporal com Jesus”, disse o então Cardeal Joseph Ratzinger.
Desta vez, ele irá à Igreja de Santa Maria dos
Anjos e falará aos frades e monjas clarissas da Toscana. Um dos que receberão o
Papa é o frade Massimo Grassi, guardião do Santuário franciscano do Monte
Alverne. O frade vê esta visita do Papa como uma peregrinação de fé.
“Subirá justamente como um peregrino, como tantos
peregrinos que sobem aqui em Alverne, para encontrar, sobretudo, o Cristo
através da experiência de Francisco. O peregrino que sobe aqui em cima é
sedento, sedento de Deus, consciente ou inconscientemente”, salienta o frade em
entrevista ao Programa “No coração da Igreja”.
O Pontífice recordará também a visita do Beato
João Paulo II, feita no dia 17 de setembro de 1993, quando guiará a procissão
até a Capela dos Estigmas. E olhando para a rocha sobre a qual Francisco
recebeu os estigmas, recordará as palavras da oração de seu predecessor.
“Aos ofendidos por todos os tipos de maldade
comunica, Francisco, sua alegria de perdoar. Para todos os crucifixos de fome,
sofrimento e guerra reabrir as portas da esperança”, disse João Paulo II
Para o frade, subiu sobre o monte Alverne, onde
Francisco pede ao Senhor o poder de provar um pouco daquele amor e daquela dor
que o Senhor viveu sob a Cruz por nós, foi para João Paulo II, de algum modo,
uma experiência marcante.
“Aquilo que me lembro e que me impressionou em
todos esses anos é que para João Paulo II, depois daquela peregrinação, iniciou
seu calvário. Acredito que de qualquer maneira, a vida de João Paulo II foi
ligada a esta experiência que ele teve em Alverne”, destaca o franciscano.
Poucos passos separam a Capela dos Estigmas do
penhasco onde, em 1993, João Paulo II recitou o Angelus e falou aos jovens. Ele
desejava que todos os jovens da Itália e do mundo pudesse ter a paz de Cristo
“porque a paz com Deus, a paz entre Deus e a humanidade, é a fonte de toda paz
a ser construída nesse mundo”.
E a paz com Deus é um dos dons que os peregrinos e
frades buscam nesta antiga floresta. Foi este lugar que São Francisco buscou
para retirar-se e para reafirmar que, em sua vida, em primeiro lugar, estava
Deus.
“Esta é a experiência fundamental de Alverme. Por
isso, vir a Alverme, também para nós frades, é um reafirmar a primazia de Deus
em nossa vida e isso, sobretudo, através do diálogo, da oração, estando com
Ele”, ressalta frade Massimo Grassi.
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